ACREDITE, VOCÊ PODE

MÃOS A OBRA.....

BEM VINDO VERÃO

CHEGA DE VERGONHA.....

AGORA SIM, TANQUINHO JÁ

CHEGA DE SOFRIMENTO.....

ADEUS BARRIGUINHA

APRENDA TÉCNICAS INFALÍVEIS.....

SEGREDOS REVELADOS

VEJA COMO SECAR SUA BARRIGA DE UMA VEZ.....

domingo, 21 de junho de 2015

Síndrome de Burnout na enfermagem


Síndrome de Burnout na enfermagem

Por Mônica Maria Galdino Ferreira - Enfermeira (Cursando Pós-Graduação em Obstetrícia)
Foi uma das destaques da turma de Enfermagem da Faculdade Castelo Branco, atualmente está terminando sua Pós-Graduação em Obstetrícia.
Trabalho feito por ocasião do seu TCC, e merecedor dos mais altos elogios do Corpo Docente da Universidade.



"sintomas psicológicos decorrente da forte tensão emocional associada ao estresse crônico ocupacional. Ou seja, indivíduos que lidam constantemente com forte tensão no ambiente de trabalho, durante um longo período, estão propensos a desenvolvê-la."









1.0               INTRODUÇÃO
     A motivação para a realização desta pesquisa foi oriunda de um trabalho acadêmico, na disciplina de práticas investigativas, sobre estresse nos profissionais de enfermagem, que nos despertou o interesse de aprofundar as discussões acerca da Síndrome de Burnout na enfermagem, a partir de publicações de enfermagem, questionando o porquê do enfermeiro ser acometido por essa síndrome e suas respectivas implicações no indivíduo acometido.
No início da década de 1970, Herbert Freudenberger, era médico de uma representação comunitária que focava no abuso de drogas, na Cidade de Nova Iorque, Estados Unidos da América. Naquela época, os droga adictos eram frequentemente chamados de ‘burnouts’. Ser chamado de burnout, significava que a pessoa não ligava mais para qualquer coisa, exceto drogas. Como consequência de um lento processo de erosão da motivação e competência, a pessoa não era capaz de muita coisa. Por esta razão, tornava-se um ‘burnout’.  Em 1974 Freudenberger publicou um artigo numa Revista de Psicologia, e utilizou a palavra ‘burnout’ pela primeira vez. SKOVHOLT (2001: 106).
     A Síndrome de Burnout é definida como um conjunto de sintomas psicológicos decorrente da forte tensão emocional associada ao estresse crônico ocupacional. Ou seja, indivíduos que lidam constantemente com forte tensão no ambiente de trabalho, durante um longo período, estão propensos a desenvolvê-la. (TAMAYO E TRÓCCOLI, 2009).
Alguns investigadores têm verificado maior vulnerabilidade ao Burnout em profissionais de nível de escolaridade mais elevada, assim como também quando envolvem questões relativas à maior responsabilidade, em especial quando também agregado a uma menor autonomia nas decisões. (Maslach, Shcaufeli & Leiter, 2001)
     Atualmente observa-se uma tendência crescente, em nível mundial, para abordar os aspectos negativos da experiência no trabalho, utilizando a perspectiva do Burnout.
     O conceito de Burnout, que é utilizado como referência internacional é o de Christina Maslach e Susan Jackson, que dizem que a síndrome resulta de um processo sequencial que envolve três dimensões: (a) exaustão emocional: desgaste ou perda dos recursos emocionais que leva à falta de entusiasmo, frustração e tensão; (b) despersonalização: desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas no trabalho; (c) diminuição da realização pessoal no trabalho: tendência à auto-avaliação profissional negativa, tornando-se infeliz e insatisfeito, o que origina sentimentos de inadequação e fracasso. (GALINDO; FELICIANO; LIMA; et al, 2010).
O Inventário de Burnout de Maslach (Maslach Burnout Inventory – MBI) é a medida mais utilizada para a mensuração da síndrome, independentemente das características ocupacionais e da origem da amostra. É consenso na literatura que o MBI, com os fatores Exaustão Emocional, Despersonalização e Realização Pessoal, estabeleceu a definição operacional padrão da síndrome de burnout. (GIL-MONTE; PEIRÓ, 1997).
A escala de Burnout começa com um questionário de vinte e duas perguntas que são respondidas em forma de pontuação, que varia de zero a seis, sendo: (0) nunca, (1) uma vez ao ano ou menos, (2) uma vez ao mês ou menos, (3) algumas vezes, (4) uma vez por semana, (5) algumas vezes por semana e (6) todos os dias. Estas perguntas são divididas em três categorias, onde nove questões são sobre exaustão emocional, cinco sobre despersonalização e oito sobre realização profissional. O diagnostico de Burnout será quando houver níveis altos para exaustão emocional e despersonalização e nível baixo para realização pessoal. (JODAS; HADDAD, 2008).
     A síndrome é usualmente encontrada em profissionais que lidam com o público, a maioria médicos, enfermeiros, profissionais da saúde em geral, professores, policiais, em sumo, profissionais que são expostos a níveis altos de tensão e estresse proveniente de relação interpessoal. (MOREIRA; MAGNAGO; SAKAE; et al, 2009).
Segundo Benevides-Pereira (2002a), vários são os agentes estressores no trabalho de enfermagem, que podem ser agrupados em:
Quanto ao convívio profissional: relacionamento muitas vezes conflituoso com a equipe médica, falta de apoio e/ou suporte social, falta de reconhecimento profissional, alta competitividade, pressão por maior produtividade, falta de confiança e companheirismo, pouco contato com os demais integrantes da equipe;
Quanto a agentes físicos: ambiente propício a riscos químicos (produto para desinfecção hospitalar, medicamentos, produtos de manutenção de equipamentos), biológicos (bactérias, fungos, vírus, etc.), físicos (ruídos, radiações, etc.), mecânicos (transporte e/ou movimentação e posicionamento de pacientes, acondicionamento e preparo de materiais e equipamentos), psicossociais (contato com pacientes agitados, descontrolados, agressivos);
Quanto à vida pessoal: turnos rotativos que dificultam a convivência social e familiar, dificuldade em conciliar o trabalho com atividades extra profissionais, inclusive de aperfeiçoamento e crescimento pessoal, conflito entre os valores pessoais e os laborais;
Quanto à atividade profissional: interação próxima com o paciente, atenção constante (quanto à administração de medicamentos, horário de procedimentos, etc.), contato constante com o sofrimento, a dor e muitas vezes a morte, complexidade de alguns procedimentos, responsabilidade muitas vezes implicando manutenção da vida de outrem.
     Conforme apontado anteriormente, a equipe de enfermagem, no decorrer de seu fazer cotidiano assistencial, também se encontra predisposta ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout, uma vez que se defronta com diversos públicos, sejam estes: os clientes e seus familiares, outros profissionais da equipe de enfermagem, e até mesmo profissionais de outras equipes, por exemplo: os médicos, os fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros.  
     A atividade laboral da enfermagem, dentro de um hospital, é caracterizada por excessiva carga de trabalho, e contato com situações limitantes, estas que dependendo também dos recursos disponíveis, podem gerar nestes profissionais um alto nível de tensão e de riscos para si, devido à propensão a acidentes biológicos. Este contexto propicia ao desenvolvimento de problemas de relacionamento interpessoal aos que prestam assistência direta aos clientes, pois lidam a todo instante neste cenário conturbado com o sofrimento, doença e morte. (MENEGHINI; PAZ; LAUTER, 2011).
     Ao nos reportarmos a cenários conturbados, convém destacar o atendimento pré-hospitalar, que no Brasil é realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, pode-se somar ao estresse de um atendimento de emergência a velocidade de chegada ao local que propõe um encargo diário e ininterrupto de ter um paciente, muitas vezes gravemente doente, que precisa de cuidados imediatos e que na grande maioria das vezes se encontram em situações de risco iminente de vida. (FRANÇA; MARTINO; ANICETO; et al, 2010).
     Entre os elementos geradores de estresse laboral que os enfermeiros estão, continuamente, submetidos e que são associados à síndrome estão: a escassez de pessoal, e o consequente acúmulo de tarefas e sobrecarga laboral, o trabalho por turno e/ou noturno, o trato com usuários problemáticos, a baixa participação nas decisões, a inexistência de plano de cargos e salários, o sentimento de injustiça nas relações laborais e os conflitos com colegas e/ou instituição. (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
     Além disso, encontrar dificuldades em delimitar os diferentes papéis da profissão e, consequentemente, a falta de reconhecimento nítido entre o público, eleva a despersonalização do trabalhador em relação à profissão. Neste contexto a Enfermagem foi classificada pela Health Education Authority como a quarta profissão mais estressante. (JODAS; HADDAD, 2008).
     A situação de agressão à saúde do trabalhador se faz tão iminente que a temática proteção e promoção da saúde do trabalhador, já destacadas tanto na Constituição da República Federativa do Brasil, quanto na Lei Orgânica da Saúde na representação da Lei 8080/90, ganhou uma portaria ministerial, onde foram listadas, para uso clínico e epidemiológico as doenças relacionadas ao trabalho.
     Para tal encontram-se relacionadas na portaria MS nº 1339 de 18 de novembro de 1999, onde estão relacionadas 198 entidades nosológicas, determinadas e codificadas segundo a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), foi aprovado o Regulamento de Previdência Socialo qual reconheceu Burnout como doença relacionada à condição especial de trabalho, somada às evidencias epidemiológicas dos grupos ocupacionais. (LORENZBENATTI; SABINO, 2010).
     Após as discussões supracitadas delimitamos como objeto de estudo: a Síndrome de Burnout na perspectiva da enfermagem atuante em setores de emergência.





1.1 OBJETIVOS DO ESTUDO
·      Caracterizar a síndrome de burnout nos setores de emergência, a partir de uma revisão integrativa de literatura;
·      Identificar os fatores predisponentes para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em enfermeiros que atuam na emergência;

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS
·      De que forma, têm sido abordada a Síndrome de Burnout nos setores de emergência pelos pesquisadores de enfermagem?
·      Quais são os fatores encontrados evidenciados nas pesquisas em enfermagem que predispõem a equipe de enfermagem atuante nos setores de emergência ao desenvolvimento desta síndrome?
·      Os profissionais de enfermagem desenvolvem a Síndrome de Burnout devido ao trabalho estressante em ambientes não propícios na emergência?

   
2.0 JUSTIFICATIVA
     Esta pesquisa se justifica perante o fato da síndrome de burnout, constituir atualmente, um problema de saúde pública, uma vez que de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, somente no ano de 2007, no Brasil, 3.852 pessoas foram afastadas do trabalho com diagnóstico da síndrome.
     A síndrome de Burnout tem sido um problema frequentemente vivenciado pelos profissionais de saúde, como uma doença relacionada ao trabalho, e de como tem tido efeitos nocivos na vida social e profissional do enfermeiro, refletindo na qualidade de seu trabalho, prejudicando a assistência de enfermagem devido ao sofrimento psíquico deste profissional frente à organização do trabalho e as relações interpessoas dentro do ambiente de trabalho. (LORENZBENATTI; SABINO, 2010).
O burnout tem consequência na saúde mental e física do profissional, entre estas alterações: fadiga, irritabilidade, enxaqueca, dores musculares, depressão, úlcera péptica, insônia, entre outras (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
Este estudo se propõem, a contribuir para uma melhor visualização acerca do problema estudado, no intuito de proporcionar uma reflexão tanto nos profissionais que desempenham atividades assistenciais, quanto nos gestores, possibilitando a criação de estratégias que busquem a promoção da saúde nos profissionais de enfermagem, e da mesma forma a prevenção da síndrome.
A partir destas reflexões será possível o delineamento de ações que poderão contribuir significativamente para qualidade de vida laboral e assistencial dos profissionais de enfermagem, através do traçado do perfil dos trabalhadores mais propensos a desenvolver a Síndrome de Burnout, bem como reconhecer os agentes inerentes à profissão.
Além disso, este estudo pode trazer diversas contribuições para a pesquisa no campo da enfermagem, trazendo a possibilidade de conhecer melhor a síndrome e identificar suas características que são: o estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes que manifesta especialmente as pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso como no caso do enfermeiro. (DIAS e TEIXEIRA, 2007).
Com esta pesquisa, espera-se que a síndrome de burnout seja inserida como um fenômeno que influencia negativamente a atividade laboral do profissional de enfermagem. Este estudo visa contribuir para o fortalecimento da produção do conhecimento na área da enfermagem.
O estudo da manifestação da síndrome de burnout também poderá ajudar a compreender melhor alguns dos problemas enfrentados pela profissão, tais como a insatisfação profissional, a baixa produção no trabalho, o absenteísmo, os acidentes de trabalho e algumas doenças ocupacionais. Uma melhor compreensão destes processos poderão permitir uma rápida intervenção e busca de soluções.

  
3.0 METODOLOGIA
     Trata-se de uma pesquisa descritiva de revisão integrativa de literatura com abordagem qualitativa.
     Na concepção de Gil (1999), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características mas significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados.
Infere-se do exposto que a pesquisa descritiva configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa, ou seja, não é tão preliminar como a primeira nem tão profunda quanto a segunda. Neste contexto, descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos.
     De forma análoga, Andrade (2002) destaca que a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. Assim os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.
     A revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permi­tindo a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propó­sitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidên­cias, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular. A ampla amostra, em conjunto com a multi­plicidade de propostas, deve gerar um panorama consis­tente e compreensível de conceitos complexos, teorias ou problemas de saúde relevantes para a enfermagem. (Whittemore, Knafl; 2005).
          Para a elaboração da revisão integrativa, no primeiro momento o revisor determina o objetivo específico, formula os questionamentos a serem respondidos ou hipóteses a serem testadas, então realiza a busca para identificar e coletar o máximo de pesquisas primárias relevantes dentro dos critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. (Beyea, Nicoll; 1998).
     A expressão “pesquisa qualitativa” assume diferentes significados no campo das ciências sociais compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados.
     Tem por objetivo traduzir e expressar os sentidos dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados,entre contexto e ação (MAANEN,1979:520).
Cenário: Scielo; - Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha) é um modelo para a publicação eletrônica cooperativa de periódicos científicos na Internet. Especialmente desenvolvido para responder às necessidades da comunicação científica nos países em desenvolvimento e particularmente na América Latina e Caribe, o modelo proporciona uma solução eficiente para assegurar a visibilidade e o acesso universal a sua literatura científica, contribuindo para a superação do fenômeno conhecido como 'ciência perdida'. O Modelo SCIELO contém ainda procedimentos integrados para medir o uso e o impacto dos periódicos científicos.
A pesquisa teve como recorte temporal o intervalo de tempo compreendido entre os anos de 2007 a 2012, serão utilizadas como palavras- chaves: síndrome de burnout, enfermagem, incidência na enfermagem e estresse.
Os critérios de inclusão foram: artigos que abordem os setores de emergência, e possuírem pelo menos um dos autores com formação em enfermagem.
     Para a análise foi utilizada a análise temática que segundo Bardin (1979) trata-se de um conjunto de instrumentos metodológicos que se aplicam a discursos diversificados. A análise temática consiste em buscar núcleos de sentidos que estão inseridos em uma comunicação e cuja presença ou freqüência de aparição pode significar alguma coisa para o objetivo analítico escolhido.
A análise temática consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença signifique alguma coisa para o objetivo analítico visado (MINAYO, 1996).

  
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS

No intuito de contemplar os objetivos delimitados, foram realizadas buscas na base de dados Scielo, onde tal processo progrediu da seguinte forma: A partir das palavras chaves: síndrome de burnout, enfermagem, incidência na enfermagem e estresse, foram encontrados um total de doze artigos. Destes, oito foram usados neste estudo, por obedecerem aos critérios que abordem os setores de emergência, e possuírem pelo menos um dos autores com formação em enfermagem. Sendo cinco utilizados para a analise dos dados sócio-demográficos e comparação dos estudos e resultados, por seguir os critérios de aplicarem o Inventário de Burnout de Maslach na integra, sem qualquer forma de alteração e ter aplicado a pesquisa, pelo menos em parte da amostra, no setor de emergência.
Foram analisados os dados sócio-demográficos dos artigos estudados, em dois artigos não foi mencionado os dados tempo de profissão e estado civil, e em um artigo não foi mencionado vinculo empregatício, logo quando se trata da media foram considerados apenas os artigos que informaram o dado sócio-demográfico.
Quadro de dados sócio-demograficos e aplicação do Inventário de Burnout de Maslach (MIB)

Número da
Amostra
Idade Media
Sexo %
Estado Civil %
Tempo de profissão
Outro
Vinculo
Analise da escala MIB
Propensão ou sinais da SB
GALINDO; FELICIANO; LIMA; et al, 2010

Artigo um
64 enfermeiros

29 anos
92 Feminino
50 união estável
68% com
Média de
Cinco anos
45%
Dois Vínculos
Exaustão emocional
49%
Despersonalização
27%
Realização Pessoal
5%
68% propensão

5% apresentam sinais
JODAS; HADDAD, 2008

Artigo dois
67(oito enfermeiros e 59 tec.s de enfermagem)
 Entre 30 e 39 anos

Não informou a média
72
 Feminino

58 união estável
Não informou
14,7%
Outros
Vínculos

Exaustão emocional
21%
Despersonalização
33%
Realização Pessoal
26,%
 54% propensão

8% apresentam sinais
MOREIRA; MAGNAGO; SAKAE; et al, 2009

Artigo três
151 (15 enfermeiros e 106 tec.s de enfermagem)
31 anos

Entre 20 e 55 anos
90
Feminino
51 união estável
Não informou
Não informou

                  
Exaustão emocional
6%
Despersonalização
22%
Realização Pessoal
10%
57% propensão

Zero apresenta sinais
MENEGHINI; PAZ;LAUTERT;2011

Artigo quatro
164 (19 enfermeiros e 145 tec.s de enfermagem)
31 anos
93
Feminino
Não informou
Média de quatro anos
17,1%
Outros
Vínculos

Exaustão emocional
33%
Despersonalização
24%
Realização Pessoal
0%
Propensão: não informou

Zero apresenta sinais
LORENZ; BENATTI; SABINO, 2010

Artigo cinco
149 enfermeiros
40 anos
85
Feminino
Não informou
Média de 13 anos
24,2 %
Outros
Vínculos

Exaustão emocional
22,%
Despersonalização
21%
Realização Pessoal
28%
13%% propensão

8% apresenta sinais
4.1      RESULTADOS
TABELA 1- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS



Inicialmente foram analisados os dados sócio-demográficos dos artigos estudados, a em dois artigos não foram mencionados os dados: tempo de profissão e estado civil, e em um artigo não foi mencionado vínculo empregatício, logo quando se trata da media foram considerados apenas os artigos que informaram o dado sócio-demográfico.
Foi feito um comparativo entre a faixa etária encontrada nos diferentes estudos utilizados neste trabalho e em seguida realizado a média de idade.  A fim de estimar qual a idade aproximada dos profissionais atuantes na área da enfermagem que participaram das pesquisas.
Gráfico 1: Faixa Etária
Fonte: Quadro de dados
       Este gráfico traça um perfil dos profissionais apontando que a idade média entre eles, nos artigos estudados, gira em torno de 30 anos.        
Estudos apontam que a enfermagem, no âmbito hospitalar, é uma profissão cuja maioria dos profissionais são jovens (MENEGHINI; PAZ;LAUTERT;2011).
Foi feita uma observação na pesquisa estudada sugerindo que os profissionais com menor propensão de desenvolver a SB, os que tiveram médio e baixo risco para tal, eram os que apresentavam maior maturidade profissional e os que apresentavam maior domínio em situação de estresse. (JODAS; HADDAD, 2008).
Em relação a faixa etária foi encontrado que níveis alto ou médio, relacionados a exaustão emocional, nos trabalhadores em que se encontravam em acima de 35 anos foi o dobro dos que estavam com 25 anos ou menos.
(MOREIRA; MAGNAGO; SAKAE; et al, 2009).
Ao se tratar do dado sócio-demográfico Estado Civil não foi encontrado um consenso entre os autores estudados, em relação ao esgotamento profissional e a propensão de desenvolver a SB. Observou-se uma media de 53 profissionais que apresentavam união estável, nos três trabalhos que computaram este dado pouco mais da metade dos profissionais eram casados.

Gráfico 2: Estado Civil

 


Fonte: Quadro de dados

O gráfico aponta que um pouco mais de 50% dos entrevistados tinham união estável ou eram casados, porem esse dado sócio-demográfico não foi caracterizado como sendo um fator determinante para o desenvolvimento da SB.
Em um estudo foi encontrado menor propensão para o desenvolvimento da SB nos profissionais que eram casados ou tinham uma situação de união estável com um companheiro. (JODAS; HADDAD, 2008)
Outro autor encontrou em sua pesquisa que os solteiros eram menos propensos aos sintomas da SB, 50%. (MOREIRA; MAGNAGO; SAKAE; et al, 2009)
Porem , segundo dados apontados no estudo de GALINDO, se observou uma elevada propensão ao desenvolvimento da SB (68%), onde metade dos entrevistados eram casados ou apresentavam uma união estável.
Foi analisado as três dimensões do MIB, feito um comparativo entre os estudos revisados, apresentando a média entre eles, objetivando estimar a propensão ao desenvolvimento da SB, essa analise segue nos gráficos 3 e 4 que se complementam.

Gráfico 3: Analise das Dimensões do Inventário de Burnout de Maslach
 Fonte: Quadro de dados
     Analisando este gráfico pode se observar que a dimensão exaustão emocional aumenta juntamente com a despersonalização, fato este que já aponta uma propensão para o desenvolvimento da SB. O que não indica o diagnóstico da síndrome, que só será caracterizado quando juntamente a isso houver baixa da dimensão de realização pessoal.   Com isso há uma ratificação da alta propensão da SB.
A maior parte dos profissionais que apresentavam esgotamento e atitudes negativas, devido a expectativas profissionais frustradas, foram os que tinham o menor tempo de profissão. Porem estudos apontam que os profissionais que tinham maior tempo de profissão, que estavam insatisfeitos, podem já ter seguido outra profissão (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
Foi sugerido que o tempo de serviço, acima de cinco anos interfere estatisticamente nas dimensões da SB, elevando cansaço emocional. (MOREIRA; MAGNAGO; SAKAE; et al, 2009)
A SB é diagnosticada quando a alta exaustão emocional e alta despersonalização levam ao sentimento de baixa realização profissional, e consequentemente a desmotivação (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
Sendo assim foi ilustrado no gráfico a propensão da SB segundo suas dimensões anteriormente analisadas.

Gráfico 4: Propensão para o desenvolvimento da SB
 Fonte: Quadro de dados

Dos cinco artigos analisados pode se constatar que em três deles mais de 50% dos entrevistados apresentaram propensão para o desenvolvimento da SB, em um trabalho a propensão chegou a 13% e no outro não foi informada. Em outros três se constatou que de 5% a 8% dos entrevistados apresentaram algum sintoma da SB, enquanto nos outros dois não obtiveram entrevistados com sintomas. Essa afirmação nos sugere que a propensão para a SB pode ser considerada alta uma vez que é observada, acima de 50%, em três quintos dos artigos estudados.
A forte propensão para o desenvolvimento da SB é apontada pelos altos níveis de exaustão emocional e despersonalização. O cansaço juntamente com o desgaste mental e físico continuo levam o profissional a exaustão emocional. Quando o individuo tenta, sem sucesso, superar as situações adversas, a frustração pode levar a sensação de incapacidade deixando o profissional ainda mais propenso a SB (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
 As mesmas observações foram encontrados no estudo de Jodas & Hadad, onde ficou caracterizado o alto nível de despersonalização. Segundo o autor, uma dimensão do MIB, seja exaustão emocional ou despersonalização, altas indica propensão ao desenvolvimento da SB.
Foi realizada uma comparação entre a Exaustão Emocional com o acumulo de vínculos empregatícios dos profissionais de enfermagem, uma vez que foram observado nos estudos revisados a propensão ao aumento desta dimensão em virtude do acumulo de tarefas.

Gráfico 5: Relação Exaustão Emocional X outro vinculo empregatício.
 Fonte: Quadro de dados
O gráfico aponta que o dado sócio demográfico que indica ter dois vínculos empregatícios cresce juntamente com a exaustão do individuo, o tornando mais propenso para o desenvolvimento da SB.
O acumulo de tarefas pelo mesmo individuo, com dois ou mais vínculos empregatício, impossibilita muitas vezes a ascensão profissional em um trabalho, tendo relação direta com a SB, devido a exaustão emocional. Neste estudo observa-se que a sobrecarga laboral tem se mostrado uma fonte de estresse crônico entre os enfermeiros, constituindo um dos primeiros preditores da exaustão emocional, dimensão de burnout que é apontada como etapa inicial do desenvolvimento da SB. (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
O numero reduzido de profissional somado a má remuneração leva o individua a procurar outro vinculo profissional, aumentando assim sua carga horária mensal de trabalho, aspecto esse relevante para a propensão da SB. (JODAS; HADDAD, 2008). 
Os profissionais relatam que trabalhar em mais de uma instituição torna a responsabilidade maior e que muitas vezes a vida pessoal é prejudicada devido a jornada de trabalho, como por exemplo a convivência familiar e participação social. Os trabalhadores da equipe de enfermagem também apontam a sobrecarga em relação as atividades laborais, sendo essa categoria a mais citada entre os profissionais nos seus depoimentos (MENEGHINI; PAZ;LAUTERT;2011).
O clima no ambiente de trabalho insatisfatório somado ao acumulo de atividades laborais, jornadas de trabalho prolongadas, culminam em fatores estressantes, os presentes resultados afirmam que essa característica faz da enfermagem uma profissão muito estressante. (LORENZ; BENATTI; SABINO, 2010)
Parte da população estudada em um pronto socorro, 33,4%, relata ter atividade laboral maior que sua capacidade, referindo-se que quantidade de pessoal escalado para esse setor ser baixo em relação à demanda, gerando sobre carga de trabalho e consequentemente tensão ocupacional. Neste mesmo estudo, outro dado apontado relevante para o aumento do estresse ocupacional é a constante tomada de decisão imediata no setor de emergência, que muitas vezes gera na equipe uma sensação de que o trabalho não é recompensador. (JODAS; HADDAD, 2008).
A realização de tarefas com muita rapidez e a compensação monetária percebida inferior ao merecido, mostra-se associado ao alto nível de exaustão emocional. Quando o profissional compara esforço profissional e salário leva a percepção da falta de retribuição (GALINDO; FELICIANO; LIMAet al, 2010).
Como em todos os estudos a amostra predominante era do gênero feminino, os resultados podem estar mascarados, Por característica do contexto histórico do surgimento da enfermagem a profissão é predominantemente feminina. Todos os artigos estudados apontam a mesma orientação quanto a variável gênero.
As mulheres pontuam mais alto em relação a propensão a SB, sendo apontado como um grupo mais vulnerável, talvez pelo fato de acumularem as atividades profissionais com as da vida familiar. (MOREIRA; MAGNAGO; SAKAE; et al, 2009).
    As relações interpessoais também são responsáveis pelo prazer ou sofrimento do trabalhador, em estudos onde a relação com os demais profissionais foi considerada boa, 49,1%, o trabalho foi considerado como forma de interação e inserção social, além de forma de subsistência (MENEGHINI; PAZ;LAUTERT;2011).
Relações de trabalho entre médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, bem como o controle sobre o ambiente de trabalho e a autonomia do profissional são favoráveis as boas praticas da enfermagem. O desgaste emocional apresentou correlações moderadas com relações interpessoais. Para os profissionais estressados as relações interpessoais foram apontadas como geradoras de desgaste no trabalho. (LORENZ; BENATTI; SABINO, 2010)

  
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos foram alcançados frente aos resultados encontrados, podendo ser caracterizado, nos setores de emergência, com um coeficiente de propensão considerado alto para a SB, pois atinge mais de um terço da média da população estudada.
Ao longo desse artigo foi abordado como os autores e pesquisadores de enfermagem vem tratando a síndrome de burnout, no contexto atual, dentro do setor de emergência.
Os fatores predisponentes para o desenvolvimento do estresse laboral e consequentemente da SB identificados nos estudos foram o acumulo de tarefas pelo mesmo profissional, o duplo vinculo empregatício, grande jornada de trabalho, relações interpessoais prejudicadas. Há relatos de enfermeiros que tem como queixa de fatores de estresse, principalmente, a sobrecarga de trabalho e a existência de conflitos entre valores pessoais e laborais.
Percebe-se, então, a necessidade de atenção a saúde do trabalhador de enfermagem, no que diz respeito ao gerenciamento do ambiente de trabalho e das relações interpessoais, entre a própria enfermagem, demais profissionais de saúde e com os pacientes e seus familiares. Visto que o profissional com propensão ou que já apresenta a SB tem seu trabalho afetado por conta do seu estado emocional, diminuindo a qualidade da assistência prestada ao paciente.  
É necessário monitorizar a saúde física e mental dos profissionais de enfermagem, pois mesmo quando a propensão ao desenvolvimento da SB não se mostra elevada, deve-se considerar que a síndrome pode levar até anos para se desenvolver e tem um caráter sorrateiro, uma vez que muitos dos seus sintomas ou sentimentos podem ser intermitentes.
Como proposta, para tentar minimizar o estresse no ambiente hospitalar para os profissionais de enfermagem, sugere-se um programa de ginástica laboral, envolvendo um profissional do próprio hospital (fisioterapeuta) para não haver custos extras. A criação de uma sala de leitura, para as horas de descanso, com livros e revistas oriundas de doações, para também não causar custos. Juntamente com outras medidas administrativas e organizacionais, como divisão de trabalho, redução de horas semanais trabalhadas tem como objetivo não desencadear a exaustão emocional do individuo. O enfermeiro, no papel de gestor, criando um espaço para discussão e expressão dos seus colaboradores, em questões relativas à saúde do trabalhador, cria um espaço para troca de saberes para construção de um ambiente saudável de trabalho.
Esse espaço de discussão pode ser aberto também juntamente com outros profissionais a fim de estabelecer uma relação profissional mais coesa entre a equipe multidisciplinar. Com essas propostas e outras medidas que ainda poderão ser elaboradas por outras pesquisas, se proporcionará uma melhoria na qualidade de vida ao profissional no seu ambiente de trabalho e com isso em sua saúde, que elevará a qualidade do seu trabalho e da assistência prestada ao paciente.
  

6.0 REFERÊNCIAS
FRANÇA, S. P. de S; et. al.Preditores da Síndrome de Burnout em enfermeiros de serviços de urgência pré-hospitalar. SAMU. Maceió (AL). Brasil 2011. Disponível em: <http://www.unifesp.br/acta/artigo.php?volume=25&ano=2012&numero=1&item=12> acesso em: 31/08/2012

GALINDO, R. H; et aL. Síndrome de Burnout entre enfermeiros de um hospital geral da cidade do Recife. Revista Escola de Enfermagem da USP. 2012; p46(2):420-7. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342012000200021&script=sci_arttext> acesso em: 31/08/2012

JODAS, D. A; HADDAD, M. do C. L. Sindrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Universidade Estadual de Londrina. Londrina (PR). Brasil 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n2/a12v22n2.pdf> acesso em : 31/08/2012

LORENZ, V. R; BENATTI, M. C. C; SABINO, M. O. Burnout e estresse em enfermeiros de um hospital universitário de alta complexidade. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2010; p18(6):(08 telas). Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n6/pt_07.pdf> acesso em: 31/08/2012

MACHADO, D. A; et al. O esgotamento dos profissionais de enfermagem: Uma revisão integrativa sobre a Síndrome de Burnout em UTI. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online. 2012; 4(4):2765-75. Disponível em: < http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1605> acesso em: 18/03/2013.

MENEGHINI, F; PAZ, A. A; LAUTERT, L. Fatores ocupacionais associados aos componentes da Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem. Texto Contexto Enfermagem. 2011; Florianópolis. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-07072011000200002&script=sci_arttext> acesso em : 31/08/2012


MOREIRA, D. de S; et al.Prevalencia da Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de grade porte da Região Sul do Brasil. Caderno de Saúde Publica. 2009; 25(7)1559-1568. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2009000700014&script=sci_abstract&tlng=pt> acesso em: 31/08/2012

TAMAYO, M. R; TRÓCCOLI, B. T. Construção e validação fatorial da escala de caracterização do Burnout (ECB). Estudo de Psicologia da Universidade de Brasília. 2009;ISSN (versão eletrônica): 1678-4669. Disponível em: < http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/11478/1/ARTIGO_ContrucaoValidacaoFatorial.PDF> acesso em: 31/08/2012.


←  Anterior Proxima  → Página inicial

ads